quarta-feira, 30 de julho de 2008

Amor...ai shiteru...watashi mo




Tadashi...
Há um século seus antepassados chegaram...
A bordo do Kasatomaru,
Num porto perdido, em mares estranhos, desembarcaram.
Na bagagem, coragem...
No peito, a saudade em dor.

Tadashi
Hoje ele vive na Terra do Sol Nascente...
Um lugar tão distante de onde nasceu...
Uma cidade, um arquipélago: Osaka
Na bagagem, a mesma coragem...
No peito a mesma dor.


Tadashi
Na solidão da tela busca um nome...
Em resposta surge um alguém,
Alguém que busca um nome,
Por não crêr em mais ninguém...
Mas por Tadashi se encanta.


Ai Shiteru!
Ele se ouve dizendo...
Watashi mo!
Ela aprendeu a responder.


Carnalmente distantes, almas tão próximas...
Carnalmente distantes, sonhos tão iguais
Carnalmente distantes, o mesmo sentimento...

Tadashi
Como num feitiço bendito...
No Firmamento o Sol em esplendor,
Ai shiteru...
No breu a Lua encantadora
Watashi mo
Na bagagem a mesma coragem
No peito o mesmo amor.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Amor...se puderes.




Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me seu rosto, seu corpo, sua derme...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me seu tom, seu som, sua epiderme...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me seu odor, seu sabor, sua pele...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me o olhar, o andar, o que queres...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me de onde vem, o que tem, e o que temes...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Mas se não puderes... Simplesmente não o renegues...
Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Amor Apenas






Quando a maresia tocar a minha pele,
Lembrarei de você, a cada raio de Sol...
Se chover, as lagrimas da saudade se misturarão a chuva
E quando o Sol ressurgir,
O seu rosto voltara a tocar o meu coração.

Não temerás a distância,
Pois te beijarei nos lábios da brisa,
Envolverei-te nos braços do vento,
Amarei-te no corpo do pensamento
E exalarei meu aroma no vão dos sonhos...
Estarei em ti, me acolha.
Que seja eterno enquanto intenso
E extenso o quanto possível.

A eternidade é o agora,
Pois tudo aqui vivo,
Os cristais que brotam do coração,
Dizem-me sua proximidade...
Minhas lagrimas cessam,
A dor se finda...
E um anjo me dirá:
Ela sempre o amará...

Então, eu me torno esse ser alado,
E meu grito contido sairá em sussurro,
Assim crerás que sou eu o próprio anjo...
Pois afirmo, sem qualquer dúvida: O amo!

Minha voz não soa clara,
Mesmo com todo o meu esforço,
Ela não me atende...
Mas com meus atos posso lhe mostrar...
É minha vez de amar.

Que seja!
Seguiremos unidos no visgo que é o amor...
Que nos guiará no clarão da alvorada,
E no breu da noite...
Não temeremos as garras das feras,
Nem as invejas humanas...
Estamos com as vestias do infinito,
Protegidos sob olhar estrelar.
É límpido nosso caminho,
E só a eternidade nos espera.

Ela nos banhará, nas correntes águas da vida.
E nos manterá aquecidos, no manto da felicidade
E no fim do tão temido abismo.
Encontraremos apenas,
O aroma da paz e da entrega.


Poema elaborado em parceria com meu amado amigo Felipe Di Sandro.
Todos os direitos reservados.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Nós




Eu o cobicei ao olhar distante,
Como se procurasse o que já tenho em mim.
As Dunas movendo, sob seus movimentos,
A brisa a nos inflamar perdidamente,
E estrelas reluzindo em seu olhar de firmamento.
Perguntei-me: onde andas?
E num toque, de mãos sedentas, não só me deu resposta...
Como deixou em minha pele a tua presença.
E em meus lábios um rouco murmúrio,
De voz abafada num desejo imenso,
De desabotoar os botões de sua camisa,
E a pergunta que estava calada vinha... És minha?
A resposta está entre dentes, na ponta da úmida língua,
Num beijo molhado matamos a nossa sede,
Na invasão das minhas entranhas, nossa gula.
Na carícia de dedos mergulhamos,
As profundezas de nossas essências.
Que nos faz tão somente sermos nós,
Mas sermos nós, em nossa loucura.
É sede que nunca seca...
É fome que não se sacia...
É desejo que não morre...
É amor que não se finda...
É a vida, é a vida, é a vida!
Poema criado em parceria com Ginaldo S. Silva. Escritor de artigos, ensaios, resenhas e críticas. Deixo gravado meu agradecimento, pelo enriquecimento de minha obra.
Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cabaret



Cheiro de pecado...
Mesas na penumbra ,
Edith Piaf ao fundo,
Cabernet Savignon e Charuto...

Corta-me no rosto o frio,
Enquanto todos bebem ,
E saboreiam a harmonia servida ...

Ela surge no palco!
E a luz contorna seu corpo...
Os seios fartos como cálices de vinho,
A cintura na medida do arco dos meus braços,
Pernas longas e torneadas
E pés nos saltos altos.

Está de femme fatale, a minha Lolita...
De cabelos esvoaçados,
Com um rebolado...
De fazer salivar
E ela tem os lábios tão carnudos,
Macios como camurça.
Ah a minha Lolita...

Ela se insinua, já seminua...
Com meias de seda,
Negligê preto, longas luvas
E um falso diamante no dedo.
Ela balança os longos cabelos,
E tira peça por peça requebrando,
Enquanto a platéia está em silêncio,
E em meu peito o coração sangrando.

Ah minha Lolita...
Ah! Cabaret... cabaret...
Minha derrota...
Tanto gostava das belas mulheres,
E do prazer fácil...
Até o show da minha musa Lolita ...

Que com sua inocência,
Seus cabelos trançados,
Saia pregueada
E caderninho nos braços...
Dançou pra platéia
Mas olhou só pra mim...

Ah minha Lolita...
A Madan nem desconfia,
Que sou seu namorado...
Tanto Lolitas, como Femmes:
Só tem compromissos com clientes...
Ah!Cabaret! Cabaret!

O Show continua...
Lolita está nua,
Mas já não é Lolita, nem Femme Fatale...
Sentada tão frágil,
Sob a luz da Lua,
Minha musa...
É apenas um relicário...
Mulher de Cabaret!
Ah! Cabaret!Cabaret!
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