segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Enraizados no amor poético




Quero enraizar-me nas profundezas do seu corpo,
Alimentar-me do solo fértil dos seus poemas,
Aquecer-me nos raios solares da sua sabedoria,
Regar-me no gozo de suas entranhas,
Florescer jovem, menina, verde e pura de agonia.


E quando no poente avermelhado, vier encontra-me seu perfume,
Que o doce enlevo de ardente paixão, embale me na crista das marolas,
E num mar de esmeraldina cor, eu possa buscar -te sem pudor
Amar-te até o nascer de vitrea aurora
E no sol menino de radiante manhã, voce seja a minha musa e minha flor.


Estarei entrelaçada ao seu dorso viril,
Tal qual a vegetação parasita, em um tronco,
E me alimentarei do oxigênio dos seus lábios,
E nos galhos dos seus braços,
Desabrocharei como botão em flor febril.


Renascerei a cada instante no encanto de seus mágicos sussurros,
Na fonte dos seus seios e no palpitar célere de seu coração virginal
Transportar-me ei pelas veredas do cosmos infinito
E no calor da matéria em chamas, como incandescente astro
Unirei o meu ser no teu corpo em brasa e sentirei a paz celestial


Já não temerei os invernos severos, estarei aquecida com seu calor.
Nem tampouco me será incomodo o verão,repousarei na sombra da sua proteção,
No outono cairão as folhagens dos nossos corpos em êxtase,
Até que na primavera dos nossos anseios, brote uma vez mais o desejo.
Nos tornando famintos e frenéticos, nessa busca insana de amor .


Passará o tempo implacável e nos ventos e nas brisas
Nas horas vagas , nas tardes frias, nas singelas melodias
Permanecerá a alusão de duas almas que em literata poesia
Cantou o amor, viveu o instante, ser simplesmente em um dia
Humilde poeta, doce poetisa.

Copyright by - Santos, Andréia Gomes dos
Oliveira, Guilhermino Domingues de
In , Poesia a Dois - São Paulo, 06 de outubro de 2008.

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