domingo, 23 de novembro de 2008

A pele exposta na alma nua



A pele exposta na alma nua,
A boca quente na língua úmida
O suor salgado na carne crua
O desejo rouco na nuca sua
Fiz-me intensa na extensão do seu corpo
Fiz-me febril na dimensão do seu todo
Resisti pouco aos seus anseios muitos
Gritei seu nome mordendo meus pulsos
Gemi sôfrega no quarto escuro
E esfreguei em cetim meus próprios punhos
Escorri escaldante em seu corpo quente
Adormeci exausta no seu colo envolvente
E o amei e amo a cada segundo
E na minha entrega senti seu tudo
E a cada partícula da pele exposta,
A cada lance da alma nua
E sem que diga, já sou sua.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Desejo Confesso




Sou ré confessa, do pecado do desejo.

Sou ré confessa e reconheço,

Cobiço seus beijos.

Sou ré confessa e te quero,

Sorvendo a seiva do cálice dos meus seios.



Sou ré confessa, do pecado do desejo,

Sou ré confessa e assumo,

Quero seus lábios na parte do meu corpo,

Que pertence a Vênus.

Quero a aspereza da sua língua nos meus segredos.



Sou ré confessa, do pecado do desejo,

Sou ré confessa e aceito.

O tremor em meu corpo, ao sensual toque dos seus dedos.

E a explosão de fluídos, que escorrem aos gemidos,

Umedecendo seus lábios e meu corpo inteiro.



Sou ré confessa, do pecado do desejo,

Sou ré confessa e permito,

Os efeitos lunares em minha libido,

E meu solitário desejo, saciado,

Por minhas mãos que percorrem, onde quero seu corpo.



Sou ré confessa, do pecado do desejo,

Sou ré confessa e pronto.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Princesa Andy




Mais que uma homenagem, um tributo de um grande mestre e poeta...




Princesa Andy querida, permita –me te levar

Nos floridos jardins do Louvre

Ou no palácio de Mármore
Da mística Calcutá.



Dá-me tua mão morena e vamos namorar

Nas orlas da Côte D Azur

Ou nos áridos desertos

Do longínquo Catar.



Nestas tardes mornas do oriente

Perfume a alcova da tenda

E no branco areal do Oásis
Vem me completar.



Andy, princesa adorada, vem comigo divagar

Dos outeiros verdejantes

No crepúsculo avermelhado

Ver o céu unir-se ao mar.



Fica comigo Andy amada,nas brumas do alvorecer

No descortinar desse dia

Embriagar-me com seus beijos

Com seus doces beijos, aumentar-me o desejo

Deixar a vida florescer.



Andy, musa encantada,Olhos claros da alvorada

Embala-me nos meus sonhos

No seu canto e seus encantos

Faz do seu corpo um manto

E me cubra de prazer.



Antes de tudo, uma nova dimensão de lírica poesia e poeta,

Nascida no frescor de clara manhã romântica e

Distintamente situada num cinturão de estrelas ,

Rutilante luz que das plêiades distantes,

Emprestas aos olhos deste simples circunstante

Indizível ventura que transforma o dia, melhora a vida e

Acende uma chama de desejo ardente ....................

Pelos lábios mais quentes que os meus jamais tocou


Copyright by, Oliveira Domingues de. São Paulo, 17 de outubro de 2008.

sábado, 11 de outubro de 2008

Amor em Veneza



Conduza-me belo cavalheiro,
Pelos casarões a beira dos canais de Veneza,
Oculte sua face, nas famosas máscaras,
Deixe amostra, seus cabelos grisalhos,
Que te saltam nas têmporas.

Fale-me dos seus dias passados,
Da sua vasta experiência.
Embebede-me,
Com sua ampla eloqüência.
E com seu requintando vocabulário.

Caminhemos,
O tempo não nos é escasso,
Temos a eternidade,
Para declamarmos embevecidos,
De cada um, os poemas.

Conduza-me belo cavalheiro,
Pelos canais de Veneza,
A cidade dos românticos,
Onde os gondoleiros serenamente remam,
Carregando em suas gôndolas,
Pouco mais que sonhos.



Beije-me sob as estrelas,
E toque-me suavemente,
Sem a sofreguidão dos amantes,
Mas a certeza, dos amados.

Ama-me nobre cavalheiro,
Nos quartos escuros de Veneza.
E misture nossos ecos,
Aos que ecoam, nos corredores,
Da bela Veneza.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Eu amo você!



D”us ao sonhar acordou você,
És o sorriso no rosto pálido,
A luz no olhar apagado,
A alvorada no breu da noite,
A ponte sobre as águas turvas,
A canção poética no silêncio,
O bálsamo na dor,
O calor no corpo gélido,
A vida a fluir, por meu todo.

És um menino brejeiro,
Quando roubas as tâmaras e os frutos das oliveiras.
Um homem astuto,
Quando ao me fitar, ouve tudo, dos meus lábios mudos.
O amigo verdadeiro,
Quando me protege sob seu escudo.

Quando caminhas nas montanhas de Israel,
Seus pensamentos buscam os meus.
Eu em meus devaneios os encontro.
Caminhamos lado a lado,
Descalços a sentir a relva,
A paz é tamanha, a alegria desmedida.
Um encontro de almas de afinidades infinitas.


Não concebo o amanhecer,
se não desperto dos sonhos contigo.
Não me imagino aquecida,
se o que me envolve, não são seus braços.
Não ouço poesias,
se não brotam de seus lábios.
Não me atiçam os aromas,
se não emanam do seu corpo.


Me inicio e termino em ti,
Não por adoração, seria pecado adora-lo,
Nem por devoção, seria heresia.
Mas por um sentimento único e sublime.
Que me toma por inteira, extiguindo o vazio.
E me torna em alguns instantes metade,
Só para que eu me entregue ao seu corpo inteiro.
Que te faz sussurros nos meus gemidos,
E a vida pulsante nesses corpos unidos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Enraizados no amor poético




Quero enraizar-me nas profundezas do seu corpo,
Alimentar-me do solo fértil dos seus poemas,
Aquecer-me nos raios solares da sua sabedoria,
Regar-me no gozo de suas entranhas,
Florescer jovem, menina, verde e pura de agonia.


E quando no poente avermelhado, vier encontra-me seu perfume,
Que o doce enlevo de ardente paixão, embale me na crista das marolas,
E num mar de esmeraldina cor, eu possa buscar -te sem pudor
Amar-te até o nascer de vitrea aurora
E no sol menino de radiante manhã, voce seja a minha musa e minha flor.


Estarei entrelaçada ao seu dorso viril,
Tal qual a vegetação parasita, em um tronco,
E me alimentarei do oxigênio dos seus lábios,
E nos galhos dos seus braços,
Desabrocharei como botão em flor febril.


Renascerei a cada instante no encanto de seus mágicos sussurros,
Na fonte dos seus seios e no palpitar célere de seu coração virginal
Transportar-me ei pelas veredas do cosmos infinito
E no calor da matéria em chamas, como incandescente astro
Unirei o meu ser no teu corpo em brasa e sentirei a paz celestial


Já não temerei os invernos severos, estarei aquecida com seu calor.
Nem tampouco me será incomodo o verão,repousarei na sombra da sua proteção,
No outono cairão as folhagens dos nossos corpos em êxtase,
Até que na primavera dos nossos anseios, brote uma vez mais o desejo.
Nos tornando famintos e frenéticos, nessa busca insana de amor .


Passará o tempo implacável e nos ventos e nas brisas
Nas horas vagas , nas tardes frias, nas singelas melodias
Permanecerá a alusão de duas almas que em literata poesia
Cantou o amor, viveu o instante, ser simplesmente em um dia
Humilde poeta, doce poetisa.

Copyright by - Santos, Andréia Gomes dos
Oliveira, Guilhermino Domingues de
In , Poesia a Dois - São Paulo, 06 de outubro de 2008.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Eterno amor




Antes de você chegar,
Já o esperava.
Antes de se realizar,
Já te sonhava.
Antes do primeiro beijo,
Uma lágrima.
Ao primeiro olhar...
Sem palavras.
No primeiro toque,
A mágica.


Se outras vidas existiram,
Nelas já te amava.
Amei-te desde sempre,
Só não o encontrava.
E não duvidarei se os anjos disserem,
Que seu sorriso me animava.
Nem tampouco, que seu sussurro,
Me embalava.
Que em meus sonhos indecifráveis,
Eram suas as mãos que me acariciavam...

Que quando me iludiram,
Sua verdade me sustentava.
Se me perguntasse:
“Estás certa disso?”
Responderia:
“Disso e de mais nada.”
E se acontecer de me perguntares:
“Por quanto tempo?”
Direi-te:
“Amor... sente e me ame,
Porque o Eternamente... “Não acaba.”

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Te amo!





Flagro-me uma vez mais a contemplar o seu olhar...
Um olhar imaculado, exótico,
Sensual e impar...



E a boca... De lábios bem definidos...
Lábios carmins e carnudos
Lábios na medida simétrica dos seus traços.


Como gostaria de beijá-los,
Beijos franceses,
Serpentear com a língua, seus lábios quentes e molhados.


Ouvir boca a boca sua voz,
Um tanto alterada pela emoção,
Sem o frio aparelho algoz.


Como espero a acolhida dos seus braços,
As carícias de suas mãos,
Como imagino e anseio o seu corpo ao meu contato...


Ah... Supriria minhas ânsias,
Revigoraria as labaredas intensas,
Da lareira dos meus desejos.


É preciso que eu diga: amo você!
É preciso que eu repita a cada momento,
É preciso dizer incessantemente.
Desde o amanhecer até o anoitecer...


É preciso que eu te clame...
A cada hora distante,
A cada canção nossa,
A cada poema que eu ler...


Amo você

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

El ritmo do amor




O ritmo do amor,
Alguém saberia qual é?

Acredito que não...
Ah! o amor tem um ritmo próprio,
Possui um ritmo único,
Um ritmo tão divulgado,
E tão desconhecido.

Altera os compassos,
Acelera, movimenta, aquece,
Às vezes perdemos os passos,
Pisamos em falso.

Ai recomeça a valsa,
Bailamos como pirilampos,
Luzes incontáveis e insaciáveis,
Bailamos no espaço.

Encostamos a face no ombro amado,
Colamos nossos corações em seu peito,
E já não se sabe quem dita os movimentos,
Se é rock ou baião...
É o ritmo da emoção, sem razão.


O amor tem o ritmo lento, lânguido.
O ritmo do tango e do flamenco.
O amor é uma rumba,
O amor é uma salsa.

Acho que o amor é um samba,
Misturado com um merengue,
O amor reúne todas as danças,
É a própria dança do ventre.

Que ritmo é esse?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A morte

Bem...de certo vocês se questionarão: Que fazes a morte aqui, nesse recanto de desejo e sedução, de mulheres de cabaret, mulheres em pêlos de lobo e mulheres vestidas com amor...?
Mas eu vos anuncio, não temais, não inundei-me com a morte, apenas dou passagem na porta do meu palacete, de tantos textos incandescentes a um nobre, elegantissimo e morbido conhecido.
Afinal, é preciso reconhecermos, a morte é feminina e avassaladora.
Vos apresento a Morte, por R.Grave



A morte

Entrai, sois bem-vinda!
Não reparai na decomposição das cousas,
Tudo isso se deve à excentricidade do universo.
Sentai em algumas dessas sepulturas,
Estão limpas, apesar de alguns vermes...
Tomai este vinho
Das artérias ululantes daqueles meus queridos amigos,
Deitados confortavelmente naquela tumba fétida.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Amor, me tens aqui!






Eis-me aqui novamente,
De prosa com a paixão,
Quem imaginaria...
Sai tão decidida,
Decidida a não mais voltar...

Sai noite afora,
Cai noite adentro,
De braços dado com o acaso,
Esgueirando-me entre os becos...

Sai dizendo: não volto!
Sai bailando e cantando,
Dando de ombros em descaso,
Sai acenando e acenando...

Sai correndo e rindo,
Cabelos soltos ao vento,
De saia rodada e decote,
No olhar um brilho,
Nos lábios o sabor do beijo...

Sai pra não mais voltar,
De mãos abanando,
De pés descalços,
De unhas feitas e colar.

Quem diria...
Que me veriam uma vez mais,
De forma tão eloqüente e singular,
De prosa com a paixão...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Libido




Ela... fera sedutora,
De garras e olhares incandescentes...
Ela... pecadora confessa,
A Personificação da libertinagem.
Ela... sedutora sem preâmbulos.
Fêmea, tormento, faminta...

Ela... a inquisição do meu leito,
Na escuridão do desejo.
Ela... palpável volúpia,
Que delicia as entranhas.
Toca o ego, modifica, contrasta,
Perturba o anseio...

Ela... desafia os medos no engenho maligno mundano.
Ela... clama e inflama a derme oculta,
A frágil face interna de minhas buscas,
Ela... dissolve-se nos braços,
Umedece os lábios, convidativa e sensual,
Em sua profana luxúria.

Ela... sua inconstância no amor fadado,
É o cativeiro de quem a permite,
Toma tudo para si...
Em gestos discretos e graciosos...
Incendiando o corpo,
Com um olhar enigmático e tentador.

Ela... manipuladora de sentimentos,
Condutora de pensamentos.
Acelera a pulsação,
Um corpo trêmulo,
Uma alma exaltada,
O controle em suas mãos.

Ela... busca tudo, na procura da carne,
Ardente impulso.
Reanima quem já definha,
Vicia quem já a tem.
Flamejante, quente, febril e latente.
Aguça os sentidos, o paladar, o faro...
Libido, Libido, Libido...

Autores: Princesa Lara(Andréia Gomes) e O Aprendiz(Antônio Soares)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Amor...ai shiteru...watashi mo




Tadashi...
Há um século seus antepassados chegaram...
A bordo do Kasatomaru,
Num porto perdido, em mares estranhos, desembarcaram.
Na bagagem, coragem...
No peito, a saudade em dor.

Tadashi
Hoje ele vive na Terra do Sol Nascente...
Um lugar tão distante de onde nasceu...
Uma cidade, um arquipélago: Osaka
Na bagagem, a mesma coragem...
No peito a mesma dor.


Tadashi
Na solidão da tela busca um nome...
Em resposta surge um alguém,
Alguém que busca um nome,
Por não crêr em mais ninguém...
Mas por Tadashi se encanta.


Ai Shiteru!
Ele se ouve dizendo...
Watashi mo!
Ela aprendeu a responder.


Carnalmente distantes, almas tão próximas...
Carnalmente distantes, sonhos tão iguais
Carnalmente distantes, o mesmo sentimento...

Tadashi
Como num feitiço bendito...
No Firmamento o Sol em esplendor,
Ai shiteru...
No breu a Lua encantadora
Watashi mo
Na bagagem a mesma coragem
No peito o mesmo amor.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Amor...se puderes.




Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me seu rosto, seu corpo, sua derme...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me seu tom, seu som, sua epiderme...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me seu odor, seu sabor, sua pele...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me o olhar, o andar, o que queres...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Descreva-me de onde vem, o que tem, e o que temes...
Descreva-me o amor, se assim puderes...
Mas se não puderes... Simplesmente não o renegues...
Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Amor Apenas






Quando a maresia tocar a minha pele,
Lembrarei de você, a cada raio de Sol...
Se chover, as lagrimas da saudade se misturarão a chuva
E quando o Sol ressurgir,
O seu rosto voltara a tocar o meu coração.

Não temerás a distância,
Pois te beijarei nos lábios da brisa,
Envolverei-te nos braços do vento,
Amarei-te no corpo do pensamento
E exalarei meu aroma no vão dos sonhos...
Estarei em ti, me acolha.
Que seja eterno enquanto intenso
E extenso o quanto possível.

A eternidade é o agora,
Pois tudo aqui vivo,
Os cristais que brotam do coração,
Dizem-me sua proximidade...
Minhas lagrimas cessam,
A dor se finda...
E um anjo me dirá:
Ela sempre o amará...

Então, eu me torno esse ser alado,
E meu grito contido sairá em sussurro,
Assim crerás que sou eu o próprio anjo...
Pois afirmo, sem qualquer dúvida: O amo!

Minha voz não soa clara,
Mesmo com todo o meu esforço,
Ela não me atende...
Mas com meus atos posso lhe mostrar...
É minha vez de amar.

Que seja!
Seguiremos unidos no visgo que é o amor...
Que nos guiará no clarão da alvorada,
E no breu da noite...
Não temeremos as garras das feras,
Nem as invejas humanas...
Estamos com as vestias do infinito,
Protegidos sob olhar estrelar.
É límpido nosso caminho,
E só a eternidade nos espera.

Ela nos banhará, nas correntes águas da vida.
E nos manterá aquecidos, no manto da felicidade
E no fim do tão temido abismo.
Encontraremos apenas,
O aroma da paz e da entrega.


Poema elaborado em parceria com meu amado amigo Felipe Di Sandro.
Todos os direitos reservados.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Nós




Eu o cobicei ao olhar distante,
Como se procurasse o que já tenho em mim.
As Dunas movendo, sob seus movimentos,
A brisa a nos inflamar perdidamente,
E estrelas reluzindo em seu olhar de firmamento.
Perguntei-me: onde andas?
E num toque, de mãos sedentas, não só me deu resposta...
Como deixou em minha pele a tua presença.
E em meus lábios um rouco murmúrio,
De voz abafada num desejo imenso,
De desabotoar os botões de sua camisa,
E a pergunta que estava calada vinha... És minha?
A resposta está entre dentes, na ponta da úmida língua,
Num beijo molhado matamos a nossa sede,
Na invasão das minhas entranhas, nossa gula.
Na carícia de dedos mergulhamos,
As profundezas de nossas essências.
Que nos faz tão somente sermos nós,
Mas sermos nós, em nossa loucura.
É sede que nunca seca...
É fome que não se sacia...
É desejo que não morre...
É amor que não se finda...
É a vida, é a vida, é a vida!
Poema criado em parceria com Ginaldo S. Silva. Escritor de artigos, ensaios, resenhas e críticas. Deixo gravado meu agradecimento, pelo enriquecimento de minha obra.
Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cabaret



Cheiro de pecado...
Mesas na penumbra ,
Edith Piaf ao fundo,
Cabernet Savignon e Charuto...

Corta-me no rosto o frio,
Enquanto todos bebem ,
E saboreiam a harmonia servida ...

Ela surge no palco!
E a luz contorna seu corpo...
Os seios fartos como cálices de vinho,
A cintura na medida do arco dos meus braços,
Pernas longas e torneadas
E pés nos saltos altos.

Está de femme fatale, a minha Lolita...
De cabelos esvoaçados,
Com um rebolado...
De fazer salivar
E ela tem os lábios tão carnudos,
Macios como camurça.
Ah a minha Lolita...

Ela se insinua, já seminua...
Com meias de seda,
Negligê preto, longas luvas
E um falso diamante no dedo.
Ela balança os longos cabelos,
E tira peça por peça requebrando,
Enquanto a platéia está em silêncio,
E em meu peito o coração sangrando.

Ah minha Lolita...
Ah! Cabaret... cabaret...
Minha derrota...
Tanto gostava das belas mulheres,
E do prazer fácil...
Até o show da minha musa Lolita ...

Que com sua inocência,
Seus cabelos trançados,
Saia pregueada
E caderninho nos braços...
Dançou pra platéia
Mas olhou só pra mim...

Ah minha Lolita...
A Madan nem desconfia,
Que sou seu namorado...
Tanto Lolitas, como Femmes:
Só tem compromissos com clientes...
Ah!Cabaret! Cabaret!

O Show continua...
Lolita está nua,
Mas já não é Lolita, nem Femme Fatale...
Sentada tão frágil,
Sob a luz da Lua,
Minha musa...
É apenas um relicário...
Mulher de Cabaret!
Ah! Cabaret!Cabaret!
Todos os direitos reservados.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Loba...




Sou a filha bastarda do Lobo e da Lua...
O Lobo seduziu a Lua com seu uivo,
Que embrenhou durante a noite,
E traiu o Sol.
Gerou essa mulher loba.
E me jorra ao mundo com dor...
Com corpo de mulher,
E alma de lobo.
Chego à terra fértil faminta,
Desperto,
E apuro meu faro e meu paladar...
Vou à caça de presas belas e fáceis,
Rasgo as roupas,
Mordo a carne,
Devoro os seios, possuo a boca,
Lambo o sumo das estranhas,
Que escorrem em minhas garras,
Sacio-me do corpo,
Lavo-me no gozo,
E adormeço extasiada,
Metade mulher, maldito lobo...
E a Lua gelada e envergonhada,
Do fruto hibrido do seu pecado,
Esconde-se na alvorada.
E surge o Sol...
Furioso e Traído.
Que me dissolve,
Com sua língua de fogo.
Lambendo-me
Pés, pernas, sexo, entranhas...
E meu abdômen hibrido e seco,
Sugando-me os seios,
E possuindo-me a boca.
E me faz parte Dele,
Estou em seu âmago,
E meu sangue é o tom alaranjado do seu corpo.
Eis a sua vingança.
Apossa-se da filha bastarda do Lobo e da Lua,
Todas as manhãs,
E toda a noite me joga por terra...
Condenando-me a minha saga maldita...
De carne e de sangue.
Envergonhando minha mãe Lua.

Todos os direitos reservados.
Fonte:http://recantodasletras.uol.com.br/poesiassurrealistas/1059282

Prisioneira




Encarcerou o sentimento,
A prisioneira sou eu...
Sou eu quem afunda em pecados,
Eu que me vejo em prato descartável,
Com paixões tão descartáveis quanto.

Encarcerou o sentimento,
A criminosa sou eu...
Tenho sede do sangue, sou faminta da carne.
Recebo amor em bandeja de ouro,
E com descaso os devolvo.


Encarcerou o sentimento,
Quem definha sou eu...
Assisto da janela da existência,
Os amores que não posso ter...
E as faces sorrindo, do meu tormento.

Encarcerou o sentimento,
Quem paga à pena sou eu...
Alteraram e poluíram minhas profundezas,
Estranham minha superfície,
Desconheço meu eu...


Todos os direitos reservados.
Fonte:http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1059291

sábado, 28 de junho de 2008

Espera


Espera...
Entrega, silêncio, vazio, solidão...

Espera...
Ânsia, procura, frio, paixão...

Espera...
Um nome, um gesto, um abraço, atenção...

Espera...
De um anjo, de um sonho, de um homem, redenção...

Espera...
Do seu beijo, do seu corpo, do seu desejo, sedução...

Espera...
De corpo, de alma, dos versos, doação...

Espera...
Do Adamah, de Adamah, com Adamah, devoção...

Poema dedicado a Antônio Soares (Adamah)
Todos os direitos reservados.

Anjo Negro


Um anjo torto, caído e negro...
Ferido, marcado, sangrento,
Pecado, pecados, pecado e lamento...

Um anjo torto, caído e negro...
Fraco, fracassado, com medo,
Amaldiçoado, maldito e nublado...

Um anjo torto, caído e negro...
Mortalizado, materializado, sedento,
Punido, julgado e preso...

Um anjo torto, caído e negro...
Expulso, despejado, sem direitos,
Renegado, rejeitado e seco...

Um anjo torto, caído e negro...
Sou eu, só eu, eu mesmo.
Sozinho, esquecido e querendo.

Todos os direitos reservados.
Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1054258

Amor, Dor, enfim Esperança



Dor:
Canto a morte em sua ronda eterna,
Quando me embalo no balsamo maldito.

Amor:
Danço amor de pele nua,
Como quem baila em delírios.

Dor:
Não verei nada senão o salão ao final, deserto...
E minhas pernas tremulam de frio.

Amor:
Ao vazio preencho com meu ruído,
Ao frio me trago em vestias de Sol intenso.

Dor:
Sou filha das lágrimas...
A noite é meu guia.

Amor:
Então és irmã da alegria...
À noite te guia, sim te guia.
Mas quem te ilumina é a Lua.
E eu estarei em ti até nessa hora
Pois sendo Sol, tenho por minha esposa a Lua.

Dor:
Não tires o que de mim já me pertence...
O coração é inaudível aos seus cantos,
Mas convém aos meus lamentos...
Sou a rainha que tudo finda...:

Amor:
Nada tiro, tudo levo,
Nada nego.
Modifico, toco, trago e me apego...
Se lamentos deseja...
Então aos seus me uno, não tiro o som, somente os mudo.
Se de fato és rainha,
Então me prostro súdito.
Mas dos meus impostos... arrecadará não só meus frutos,
Carregarás em sua coroa
Meus amores, miúdos, miúdos.

Dor:
E o verdadeiro vilão, pois o mundo é cruel,
Mórbido e inconstante.
Tua inocência traz a todos a desculpa...
E no final só lamento aos meus braços...
Renego ti!

Amor:

Nesse mundo de crueldade,
De moços e vilões,
De morbidez e inconstância,
A inocência e o perdão
Nada, nada mais são do que nomes de danças.
Se o lamento está em seus braços...
Conduza como deves.
Invada seu espaço, possua seu corpo,
O mira no profundo do seu olhar:
E eu dançarei ao redor, com a felicidade...
Mas nada tema oh! Dor:
Porque ao final do baile
Serão somente seus meus ardentes lábios.

Dor:
Escute o penar ao longe
Meu delírio é constante
Pois vem de mim meu filho rancor...
Dançaremos então nesse baile de mascaras.

Amor:
Oh! Dor desvairada! O que foste tu fazer?
Avisei-te para que não desses ouvidos a mentira,
Rolou nas dunas da loucura...
E embrenhastes como um animal no cio,
Agora me apresenta o seu rebento.
Assim seja minha amada!
Assumirei o seu pecado...
O embalarei durante a noite,
Mas o rancor carregará também meu nome,
Será Rancor de Amor Perdoado...

Dor:
Nunca fui somente dor,
Já vi ao menos um dia a alvorada e seu entardecer...
Es minha sina te digo...
Suportar o que ao mundo não convém.

Amor:
Já basta de sandices!
O mundo nada nos traz...
No mundo nós criamos,
O que queremos buscamos.
Calo teus lábios dolorosos,
Tomo posse do seu todo,
Possuo-te,
Possuo-te,
E te consumo...
Afinal minha Dor, sou tua cura!
É do meu gozo fértil,
Que te banhas e se deita plena...
Sussurrando que ao Amor,
Somente a ele, entrega-se.

Dor:
Tome de mim oque ainda é humano...
Torne-me seu cálice...
E te direi... Em um sussurro breve:
Que um dia já fui tua...
E hoje aqui me encontro.
Um astro doido a boiar,
Pela ânsia de te mirar em outros mundos...
Querer-te e te querendo... Tornei-me o que me banha sempre...

Amor:
Ah! Buscas-me tão distante...
Quando me encontro em Ti,
"verás-me em todos os olhares, ouvir-me-ás de todos os lábios"
Dor repousas agora...
Seu Amor vela por ti.


Todos os direitos reservados:
fonte http://recantodasletras.uol.com.br/duetos/1046644
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Por Antônio Soares - O Aprendiz(Dor) Princesa Lara(Amor)


(Ao meu amado Adamah que me habita, me purifica e me inspira)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Quero








Quero hidratar minha pele com a sua saliva,
Quero calar meus lábios com a sua lingua,
Quero vestir-me com seu corpo,
Quero adormecer nos seus sonhos.
Quero me aquecer nos seus desejos,
Quero estremecer com seus medos,
Quero aspirar o seu aroma,
Quero o sabor da sua boca.
Quero gemer seus sussurros,
Quero ultrapassar seus muros,
Quero arder na sua pele em brasa,
Quero me arranhar nas suas garras.
Quero ser, quero estar, me embriagar,
Quero correr, quero gritar, me agarrar,
Quero mais, quero muito e quero tanto,
Quero agora, quero apenas, quero já.
Te querer


Princesa Lara


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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um olhar distante


A distançia nos faz areias do tempo.
Escoando dolorosos e lentos...
Prisioneiros das paredes de vidro das nossas ânsias.
É preciso nos deixarmos escorrer grão a grão,
até nos findarmos mesclados,
para a poderosa mão do destino,
virar a ampulheta de nossas vidas e recomeçarmos


Ao meu amado que esta tão longe e vive em mim...

Princesa Lara
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